terça-feira, 9 de julho de 2013

HOMENS JÁ USAVAM FLORES EM RITUAIS FUNERÁRIOS HÁ MAIS DE 13 MIL ANOS ( Arqueologia )

07/07/2013 07h00 - Atualizado em 07/07/2013 07h00

Descoberta foi de arqueólogos da Universidade de Haifa, em Israel.
Corpos eram enterrados sobre uma espessa camada de flores e plantas.


a) Fotografia que mostra um esqueleto adulto, na esquerda e um esqueleto adolescente, na direita durante a escavação. b) Esta é uma reconstrução do duplo enterro (Foto: E. Gerstein. Imagem digital preparada por A. Regev.)Na imagem da esquerda, a fotografia mostra um esqueleto adulto (esq.) e um esqueleto adolescente (dir.). A imagem da direita é uma reconstituição do duplo enterro (Foto: E. Gerstein. Imagem digital: A. Regev.)
As flores fazem parte do ritual funerário há mais de 13 mil anos, de acordo com evidências encontradas por arqueólogos da Universidade de Haifa, em Israel. Elas são os sinais mais antigos de que corpos eram enterrados dessa maneira. A descoberta de quatro túmulos forrados com flores, datando de 11.700 a 13.700 anos atrás, foi feita em escavações na caverna Raqefet, que fica no monte Carmelo, costa de Israel.
O estudo liderado pelo professor Dani Nadel foi publicado na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS). Os túmulos floridos pertenciam ao povo natufiano, que habitou a região entre 11.500 e 15.000 anos atrás. A determinação da idade dos ossos foi possível graças a um processo de datação por radiocarbono, que foi repetido em amostras de três esqueletos.
No total, a escavação revelou 29 esqueletos pertencentes a essa população na caverna Raqefet. Em quatro deles, depararam-se com o seguinte: os esqueletos jaziam sobre uma fina camada de barro, que provavelmente havia sido espalhada como reboco. O curioso é que o barro sob os ossos apresentava marcas padronizadas que, a princípio, os cientistas pensaram terem sido talhadas pelos natufianos.
Mas uma observação mais detalhada por parte dos botânicos revelou que os padrões eram, na verdade, marcas deixadas por uma camada espessa de plantas como sálvia e hortelã. A equipe observou que a presença dos sinais mostra que as plantas devem ter sido colocadas sobre o barro enquanto ele ainda estava úmido.
O que prova que a camada de flores e plantas era espessa, e cobria todo o chão e os lados do túmulo, é o fato de que nem os corpos nem os objetos enterrados junto com eles deixaram marcas no barro.
Para Nadel, não há evidências de que as plantas tenham sido utilizadas para preservar os corpos, mas apenas para preparar o túmulo da maneira adequada. “Acrescentava cor e fragrância e provavelmente todos no funeral ficavam impressionados. Portanto, era para os mortos e também para os vivos”, diz o arqueólogo.
Também não se sabe se o uso de flores no funeral era frequente ou se só ocorria em casos específicos. Os natufianos foram os primeiros a abandonar os hábitos nômades, fixando-se em um único local, e também os primeiros a estabelecer cemitérios. Antes deles, os mortos eram enterrados em locais aleatórios, ou nem sequer eram enterrados.
“O estabelecimento de cemitérios e rituais funerários únicos refletem a complexidade da sociedade natufiana. Locais comuns de enterro e rituais elaborados como cerimônias fúnebres devem ter tornado mais forte o senso de solidariedade entre os membros da comunidade”, acrescentou Nadel.
Impressão da haste das flores no túmulo escavado por pesquisadores. Ao lado, a haste da Salvia judaica  (Foto:  E. Gerstein e A. Danin  )Na imagem da esquerda, pode-se ver a impressão da haste da flor no túmulo escavado pelos pesquisadores. Ao lado, a haste da Salvia judaica (Foto: E. Gerstein e A. Danin )
FONTE: G1Ciência

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