segunda-feira, 17 de junho de 2013

INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO ATRAI REDES HOTELEIRAS ( Turismo )

A Rede Vert Hotéis, que trabalha com os hotéis Ramada, do grupo Wyndham, maior empresa do mundo no setor, está negociando “futuras instalações” em cidades do interior do Nordeste e incluiu Mossoró, no Rio Grande do Norte, na rota de possíveis investimentos. O anúncio foi feito durante o Brasil Hospitality Investment Conference, evento realizado nos dias 13 e 14 no hotel Tivoli Mofarrej (SP).

O primeiro dos contratos fechados para instalação de hotel fora do Sudeste foi o Ancore em Petrolina, distante 721 km de Recife, com 124 quartos e investimento em torno dos R$ 10 milhões. Há negociações para futuras instalações em Suape, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, também em Pernambuco; Itabun,a na Bahia; Mossoró no Rio Grande do Norte e Arapiraca, em Alagoas.

Carlos Costa
Mossoró, no Rio Grande do Norte: cidade recebeu uma unidade com bandeira Ibis e está no radar também da Rede Vert HotéisMossoró, no Rio Grande do Norte: cidade recebeu uma unidade com bandeira Ibis e está no radar também da Rede Vert Hotéis

Essa não é, porém, a única rede que está apostando nas chamadas cidades secundárias. A rede Accor,  com 176 hotéis em funcionamento no Brasil, está presente em todas as capitais e muitas cidades do interior do Nordeste: já são 25 hotéis em funcionamento e outros 25 em fase de instalação. 

Este ano, a rede inaugurou uma unidade Ibis em Mossoró, e até o fim de 2013, planeja abrir o Ibis Vitória da Conquista, na Bahia. Em 2014, a expectativa é colocar em funcionamento o Ibis Imperatriz e Ibis Bacabal, ambos no Maranhão. O Investimento da rede no Nordeste para os próximos três anos será próximo a R$ 1 bilhão gerando algo em torno de 2 mil empregos.

Crescimento


Em alguns estados, o crescimento das chamadas cidades secundárias deixa pra trás as capitais, como é o caso de Juazeiro do Norte, no Ceará, que cresceu 32% em 2012, enquanto a capital, Fortaleza, cresceu 30%, de acordo com dados levantados pela empresa de pesquisa mercadológica, DataStore. 

Por outro lado, o avanço do contingente populacional e econômico não tem sido acompanhado pela oferta de hotéis. O público, cada vez mais exigente, tem que, na maioria das vezes, se contentar com empresas familiares e hotéis e pousadas improvisados.

Em pesquisa realizada pela universidade de São Paulo, constatou-se que 75% dos hotéis das cidades secundárias tem gestão familiar, enquanto apenas 25% é gerenciada por redes de hotelaria. Falta de profissionalização aliada a carência de mão de obra são alguns dos entraves do setor.

“Com a melhoria da renda da população, aumento do poder aquisitivo, a força de trabalho que antes seria potencialmente atuante no setor de hotelaria, está migrando paulatinamente”, afirma Amilcar Mielmiczuk, diretor-financeiro Da Vert Hotéis. 

Os espaços de formação de mão de obra estão prioritariamente qualificando para o setor de tecnologia, além disso, a velha cultura do movimento migratório de estados mais pobres em busca de trabalho nos grandes centros urbanos se inverteu ou diminuiu. “Há trabalhadores do Sudeste retornando aos seus estados de origem por conta do boom econômico que toma a região”, diz. Busca-se mais qualificação e melhores empregos.

Apesar do crescimento, 104 milhões de pessoas no Brasil ainda ocupam a base da pirâmide econômico-social. Por isso, há a preferência das redes por inaugurarem nestas cidades, hotéis de baixo e médio custo. 

O Brasil Hospitality Investment Conferencefoi realizado pela  Questex Hospitality + Travel e  marcou o inicio das operações da Questex no Brasil .


FONTE: Tribuna do Norte

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