quarta-feira, 29 de maio de 2013

TERREMOTO NA NOVA ZELÂNDIA JÁ DURA SEIS MESES ( Geologia )

Geologia


Pouco estudados, tremores lentos também liberam grande energia, mas seus efeitos são imperceptíveis

A cidade de Wellington, na Nova Zelândia
Apesar da grande quantidade de energia liberada pelo terremoto na cidade de Wellington desde janeiro, ele não teve nenhum efeito perceptível na paisagem local (Marek Slusarczyk/iStockphoto/Getty Images)
Há pelo menos seis meses um tremor de grande magnitude atinge a cidade de Wellington, capital da Nova Zelândia. A energia liberada equivale à de um terremoto de magnitude 7 na escala Richter — considerado grande e capaz de provocar danos significativos —, mas não há registro de nenhum desastre ou desmoronamento na região. “O maior terremoto dos últimos 150 anos está atingindo Wellington neste momento, mas nenhum dos habitantes locais está pulando para baixo das mesas ou se protegendo debaixo de portas", escreve o jornal The New Zeland Herald na edição desta segunda-feira.
Os neozelandeses estão o ignorando o fenômeno porque o que atinge o país não é um tremor comum, mas um terremoto lento. Segundo o site da Smithsonian Magazine, em um terremoto normal a terra balança muito rapidamente, liberando a energia de várias bombas atômicas em poucos segundos. É esse balanço rápido que derruba prédios e quebra tubulações — causando grandes desastres.
O terremoto que atinge Wellington é diferente. Ele libera a mesma quantidade de energia e representa o mesmo movimento de terra que um tremor comum, mas ao longo de vários meses. Ainda se trata de um terremoto de magnitude 7, mas seus efeitos são diluídos ao longo do tempo. Segundo o Geonet, um grupo que alerta para perigos geológicos na Nova Zelândia, o tremor é tão leve que mesmo instrumentos sísmicos muito sensíveis têm dificuldade para detectá-lo. Sendo assim, ele é imperceptível para os habitantes locais. O epicentro do terremoto está localizado na parte oeste da cidade, 40 quilômetros abaixo da superfície da terra. Ele está acontecendo desde janeiro e deve continuar ainda por alguns meses.
Nova Zelândia — Esse tipo de terremoto só foi descoberto na última década e passou a ser estudado apenas nos últimos anos. Por isso, existem muito poucas informações sobre eles. Os pesquisadores dizem que eles parecem acontecer em pontos semelhantes aos terremotos comuns, mas em profundidades muito maiores.
Ao contrário dos outros tremores, que parecem imprevisíveis, os terremotos lentos podem acontecer de forma recorrente, em ciclos — em alguns casos, eles aparecem anualmente. O tremor atual, por exemplo, é o terceiro de uma série que atingiu a região também em 2003 e 2008.
A Nova Zelândia é uma ilha localizada na Oceania, entre as placas tectônicas do Pacífico e da Austrália. Por isso, ela é constantemente atingida por terremotos. Se os pesquisadores conseguirem descobrir alguma relação entre a ocorrência dos terremotos lentos e os verdadeiramente perigosos, eles podem aumentar sua capacidade de prever eventos catastróficos. 
 

FONTE: Revista Veja


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