quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

TEMPLO DO FOGO NO PERU REVELA MISTÉRIOS DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA ( Turismo Mundial )

18/02/2013 - 07h10

DA AFP
O templo do Fogo, descoberto em Lima, um centro cerimonial subterrâneo que acredita-se que tenha 5.000 anos, revela ritos e crenças das mais antigas civilizações da América, que se assentaram nesta região do continente.
O templo está situado ao lado da pirâmide central do complexo arqueológico El Paraíso, o maior e mais antigo dos encontrados em Lima, que era administrado por sacerdotes e integrado por outras estruturas monumentais e praças arquitetônicas que se estendiam ao longo de cinquenta hectares.
"O templo do Fogo tem em seu interior um fogão que tinha suas chamas aproveitadas para queimar oferendas, enquanto a fumaça ajudava a se conectar com os deuses e sacerdotes", disse à AFP Marco Guillén, chefe da equipe de arqueólogos que trabalham no local.
Segundo o pesquisador, esta descoberta configura a atual região de Lima como um foco civilizatório da América.
"Tem importância particular porque é a primeira estrutura deste tipo encontrada na costa central, o que corrobora que a região de Lima foi um dos focos da civilização em território andino", afirmou o vice-ministro peruano da Cultura, Rafael Varón.
Estima-se que este templo, assim como outras estruturas no complexo, dataria de 3.000 anos antes de Cristo, segundo a equipe de arqueólogos, que ainda está realizando estudos correspondentes de análises de radiocarbono para determinar sua antiguidade.
"Ingressava-se no templo por uma pequena entrada de 48 centímetros de largura. No interior havia um piso em desnível, com o fogão das oferendas no centro. Os muros são de pedra e revestidos com barro fino de cor amarela e sobre esta camada se encontraram os restos de pintura vermelha", explicou Guillen.

AFP
Imagem aérea do templo do Fogo, descoberto no complexo arqueológico peruano El Paraíso
Imagem aérea do templo do Fogo, descoberto no complexo arqueológico peruano El Paraíso
"O fogão é uma espécie de buraco de argila sobre o qual se queimam oferendas marinhas, agrícolas e sementes", acrescentou.
A construção é retangular, de por volta de seis metros de largura por oito metros de comprimento, embora o espaço cerimonial seja pequeno e se acredite que entravam apenas uma ou duas pessoas, afirmou o pesquisador.
A descoberta, anunciada na terça-feira, foi feita em janeiro, quando foram retiradas uma camada superficial de areia e pedras que cobriam o centro cerimonial.
Situado no distrito de San Martin de Porres, 40 km a nordeste de Lima (no vale do rio Chillón, na costa central), El Paraíso foi descoberto pelo arqueólogo francês Frederic Engel, que fez as primeiras escavações em 1965, informou o Ministério peruano da Cultura.
Sua proximidade com o mar e seu acesso ao vale foram elementos importantes para seu desenvolvimento, já que as comunidades que habitavam a região podiam se beneficiar de uma economia mista, que aproveitava os recursos marinhos e a agricultura incipiente.
Segundo Guillén, as comunidades que viviam ali estavam entre as mais antigas conhecidas no continente.
"Estamos diante de uma civilização do período pré-cerâmico tardio", da qual vestígios foram encontrados em outras partes do Peru, na antiga cidade sagrada de Caral, 180 km ao norte de Lima, e no templo de Kotosh, situado no departamento (estado) de Ancash, na selva central peruana.
A cidade sagrada de Caral-Supe, no Peru, é considerada "o centro mais antigo de civilização nas Américas" e foi inscrita em 2009 pela Unesco em sua lista de patrimônio mundial da Humanidade como um bem cultural "de valor universal excepcional".
Com 626 hectares, o sítio arqueológico de Caral-Supe, situado em uma colina deserta e árida que domina o vale do rio Supe, tem origens que remontam ao período arcaico tardio dos Andes Centrais, há 5.000 anos, segundo a Unesco. 

FONTE: Folha.com/Turismo

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