domingo, 30 de dezembro de 2012

15 EVENTOS QUE AMEAÇAM A HUMANIDADE ( Artigo Científico ) "PARTE X"

Partículas físicas bizarras

 
Causa: Humana
Tipo: Global e terminal
Já aconteceu antes? Não

Em julho, pesquisadores europeus anunciaram a descoberta do Bóson de Higgs, uma das partículas fundamentais da matéria. Os cientistas usaram o Large Hadron Collider (LHC), o maior colisor de partículas do mundo, para acelerar dois prótons até 99,9% da velocidade da luz e bater um contra o outro. Como resultado da colisão, encontraram o tal Bóson. O anúncio da descoberta foi comemorado em toda a comunidade científica, pois confirmava que o atual modelo usado para explicar os fenômenos físicos, chamado Modelo Padrão, está correto. Houve também outro motivo de comemoração: a experiência não criou nenhuma partícula física bizarra, capaz de consumir toda a Terra. 

Antes do LHC entrar em operação, críticos ao redor do mundo levantaram a possibilidade de que as colisões que ele produziria poderiam gerar energia num nível sem precedentes e poderiam levar a três cenários catastróficos. A primeira possibilidade levantada foi a criação de um buraco negro a partir da experiência, que sugaria tudo à sua volta. 
O segundo risco trazido pela colisão era o da criação de um novo tipo de vazio. Algumas teorias físicas dizem que o universo pode se organizar em fases, e o vácuo atual seria instável. A energia gerada pela explosão poderia causar uma transição de fase, mudando todo o tecido do espaço na velocidade da luz. Nesse novo vácuo, nem os átomos poderiam existir. 

A terceira possibilidade apontada pelos críticos era que a colisão criasse uma partícula física bizarra chamada strangelet – uma forma de matéria estranha que, por enquanto, só existe na teoria. Essa partícula por si só não representa dano nenhum, mas ela pode converter outros tipos de partículas à sua volta em novos strangelets, gerando uma reação em cadeia que poderia consumir toda a Terra em poucas horas. 

A maioria das teorias físicas aponta que o risco de qualquer um dos três fenômenos acontecer é zero. Os críticos apontavam, no entanto, que se os físicos soubessem com toda certeza o que iriam encontrar após as colisões, os experimentos nem precisariam ser feitos. Essas possibilidades levaram a uma série de estudos, realizados tanto pelo CERN, organização responsável pelo experimento, quanto por pesquisadores independentes, para analisar os cenários levantados. 

Uma pesquisa conduzida por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) e da Universidade Yale, por exemplo, mostrou que as chances de as experiências produzirem essas reações eram nulas, pois a energia gerada pelas colisões não seria grande o suficiente. Os pesquisadores citam o fato de partículas altamente energéticas chamadas raios cósmicos percorrerem o espaço há bilhões de anos, e nunca terem causado nenhum desses fenômenos. Uma colisão entre duas dessas partículas teria muito mais energia do que a gerada pelo LHC e, mesmo assim, o universo ainda não passou por uma transição para outro tipo de vácuo. A própria existência da Lua, que está totalmente vulnerável a ação dessas partículas, mostraria que os cenários levantados são improváveis – pelo menos no atual nível de energia dos colisores terrestres. Cientistas dizem que o ideal é que pesquisas futuras passem pelo mesmo tipo de escrutínio antes de serem executadas.
FONTE: Revista Veja/Ciência

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