quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DITADOR ROMENO DEIXOU TESOURO ECOLÓGICO COMO LEGADO EM BUCAREST ( Turismo Mundial )

21/10/2012 - 18h20

Ditador romeno deixou tesouro ecológico como legado em Bucareste

DA EFE
Entre edifícios do período comunista e arranha-céus está situado, em pleno centro de Bucareste, o chamado "lago" de Vacaresti, um pântano abandonado que viu crescer entre os seus diques um ecossistema complexo de imenso valor natural e que nasceu como um projeto hidrológico do ditador Nicolae Ceausescu.
Conhecido na Romênia como "o Delta entre os edifícios", por suas similaridades com o delta do rio Danúbio, o projeto hidrológico acolhe a cada ano, com a chegada do calor após o inverno, cerca de 90 espécies de aves pouco comuns.
Marcel Gascón - 6.out.12/Efe
"Lago" de Vacaresti, em Bucareste, na Romênia, nasceu como um projeto hidrológico do ditador Nicolae Ceausescu
"Lago" de Vacaresti, em Bucareste, na Romênia, nasceu como um projeto hidrológico do ditador Nicolae Ceausescu
Consciente da sua importância para uma cidade poluída e populosa como Bucareste, o governo anunciou sua intenção de declará-lo nos próximos meses como uma área natural protegida.
Os ferventes partidários da ideia são as organizações de proteção do meio ambiente, como a WWF.
Cristian Lascu, redator chefe da revista "National Geographic" na Romênia, é um dos impulsores do projeto.
"Seria uma área verde e um alvo turístico especial, um parque natural onde poderiam ser vistos os animais em seu meio natural", explica Lascu.
O governo espera receber dele e de outras pessoas implicadas toda a documentação científica, cartográfica e jurídica necessária, com o sinal verde da Academia Romena, para declarar a zona natural protegida, confirmou o Ministério do Meio Ambiente.
Mas a superfície de estudo é grande e complexa e são necessários especialistas nos diversos animais e tipos de vegetação para completar o relatório.
"Não temos dinheiro nem tempo, todos temos nossas obrigações profissionais, porque fazemos isto por devoção, quando podemos", conta o jornalista especializado.
Contra os planos do governo e das ONGs estão os antigos proprietários dos terrenos que não receberam indenizações desde a desapropriação abusiva pelo regime comunista.
Eles temem não receber nada pelas terras que foram suas, e notificaram o Ministério do Meio Ambiente, que prometeu que estudará os seus casos e fará justiça.
Em 1986, o tirano comunista Ceausescu começou as obras do pântano, que devia fazer parte de um sistema para evitar inundações na capital e recolher água.
A revolução de 1989 provocou a queda e a morte de Ceausescu e interrompeu o projeto, que não foi retomado por nenhuma administração democrática.
Agora, a inação dos governos romenos e a ação da natureza e de pessoas como Lascu podem dar às centenas de milhares de bucarestenses que vivem nos bairros hostis de concreto uma opção de recreação inédita, barata e acessível, basta pegar o bonde. 

FONTE: Folha.com/Turismo

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