sábado, 29 de janeiro de 2011

ESTADOS BRASILEIROS ( Maranhão/Região Nordeste-BRASIL ) "Parte 2"

Geografia

O oeste maranhense está dentro da área de atuação do clima equatorial com médias pluviométricas e térmicas altas. Já na maior parte do Estado, se manifesta o clima tropical com chuvas distribuídas nos primeiros meses do ano, mas o estado não sofre com períodos de seca.
Do ponto de vista ecológico, o Maranhão apresenta uma grande diversidade de espécies de plantas e animais. Na região oeste do estado estão demarcados de 300 mil hectares de terra referentes à Reserva Biológica do Gurupi, que é o que restou da floresta amazônica no Maranhão.

Mata dos Cocais no Maranhão.
  • Amazônica: Predominante no oeste do Estado e encontra-se muito devastada em consequência das siderúrgicas de ferro gusa .
  • Mata de Cocais: Mata característica do Maranhão onde predomina o babaçu e carnaúba. Cobre a parte central do Estado.
  • Campos: Próxima ao Golfão Maranhense, tem como característica vegetação herbácia alagável pelos rios e lagos da Baixada Maranhense.
  • Mangues: Predominam no litoral maranhense desde a foz do Gurupi até a foz do Periá.
  • Cerrado: vegetação predominante no Maranhão. Formada por árvores de porte médio e vegetação rasteira.
O Maranhão possui o segundo maior litoral do Brasil com 640 km de extensão, indo desde o Delta do rio Parnaíba até a foz do rio Gurupi. Ao longo de sua extensão, podem ser encontradas diversas praias além de regiões de mangues.

[editar] Relevo

Com altitudes reduzidas e topografia regular, apresenta um relevo modesto, com cerca de 90% da superfície abaixo dos 300 metros. Apresenta duas regiões distintas: a planície litorânea e o planalto tabular.
A primeira delas, ao norte, compreendendo toda região litorânea, é formada por planícies de baixas altitudes marcadas por extensas praias, tabuleiros e baixadas alagadiças. Destaca-se em especial as grandes extensões de dunas e as baías de São Marcos e São José. Nesta região encontra-se uma das três ilha-capitais do Brasil, a Ilha de São Luís (ou Upaon-Açu na língua tupinambá), onde estão localizados os municípios de São Luís (capital do estado), Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar. Ao nordeste do estado maranhense encontra-se uma interessante formação geológica de dunas e lagoas de água doce sobre uma área de 155 mil hectares, os Lençóis Maranhenses, também conhecida como deserto brasileiro.
No centro-sul nota-se a predominância do relevo de planaltos e chapadas com formação de serras e abrangendo uma porção do Planalto Central brasileiro. Pode-se obter uma boa noção do relevo maranhense através de uma imagem de satélite onde se evidenciam as duas regiões mencionadas.

[editar] Economia


Fachada azulejada na capital São Luís.
A economia maranhense foi uma das mais prósperas do país até a metade do século XIX. Mas após o fim da Guerra Civil Americana, quando perdeu espaço na exportação de algodão, o estado entrou em colapso, agravado pelo abandono gerado pelos governos imperial e republicano; somente após o final da década de 1960 no século XX o estado passou a receber incentivos e saiu do isolamento, com ligações férreas e rodoviárias com outras regiões. A inauguração do Porto do Itaqui, em São Luís, um dos mais profundos e movimentados do país, serviu para escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Serra dos Carajás, atividade explorada pela Vale. A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte-americanos fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior navegação de cabotagem. A economia estadual atualmente se baseia na indústria de transformação de alumínio, alimentícia, madeireira, extrativismo (babaçu), agricultura (soja, mandioca, arroz, milho), na pecuária e nos serviços.
São Luís concentra grande parte do PIB do estado; a capital passa por um processo marcante de crescimento econômico, sediando mais de três universidades (duas públicas e uma privada), além de uma dezena de centros de ensino e faculdades particulares. A expansão imobiliária é visível, mas o custo de vida ainda é bastante elevado e a exclusão social acentuada. Há grande dependência de empregos públicos.

[editar] Setor primário

A agricultura e a pecuária são atividades importantes na economia do Maranhão, além da pesca, que lhe dá a liderança na produção de pescado artesanal do país. Afinal, o estado possui 640 km de litoral, o segundo maior do Brasil, que fornece produtos bastante utilizados na culinária regional, como o camarão, caranguejo e sururu.
O Maranhão aumentou a produção de grãos, em 2000, e teve significativo crescimento industrial, de acordo com a Sudene. Apesar disso, o estado está entre os mais pobres do país.

[editar] Setor terciário

O Maranhão, por ser localizado em um bioma de transição entre o sertãonordestino e a Amazônia, apresenta ao visitante uma mescla de ecossistemasBrasil, com a do Pantanal Mato-Grossense. Possui mais de 640 km de litoral, sendo, portanto, o estado com o 2º maior litoral brasileiro, superado apenas pela Bahia. O turismo praticado nele pode ser classificado em 2 tipos: turismo ecológico e turismo cultural/religioso. somente comparada, no
O Maranhão tem o privilégio de possuir, devido a exuberante mistura de aspectos da geografia, a maior diversidade de ecossistemas de todo o País. São 640 quilômetros de extensão de praias tropicais, floresta Amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único deserto do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas. Essa diversidade está organizada em cinco pólos turísticos, cada um com seus atrativos naturais, culturais e arquitetônicos, muitos ainda por serem descobertos. São eles: O Pólo turistico de São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, O Parque Nacional da Chapada das Mesas, O Delta do Parnaíba e o Pólo da Floresta dos Guarás.
O Pólo turistico de São Luís, localizado na ilha Upaon-Açu, que abrange os municípios que compõem a Ilha, a capital São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, e a cidade Monumento de Alcântara.
O Parque dos Lençóis, situado no litoral oriental do Maranhão, envolve os municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz, Santo Amaro e Barreirinhas. Seu maior atrativo é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, belo e intrigante fenômeno da natureza, um paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais.
O Parque Nacional da Chapada das Mesas, um paraíso de 160.046 hectares de cerrado localizado no Sudoeste Maranhense. São inúmeras as surpresas que uma viagem à Chapada das Mesas pode revelar ao viajante, como banhos em Cachoeiras, trilhas ecológicas em cavernas e desfiladeiros, rappel, visitas em sítios arqueológicos com inscrições rupestres, mergulhos em rios de águas cristalinas e outras belas paisagens. As principais cidades do pólo são Imperatriz, Carolina e Riachão, circundadas por um mundo mágico e grandioso.
O Delta do Parnaíba é o terceiro maior delta oceânico do mundo. Raro fenômeno da natureza que ocorre também no rio Nilo, na África, e Mekong, no Vietnã. Sua configuração se assemelha a uma mão aberta, onde os dedos representariam os principais afluentes do Parnaíba, que se ramificam formando um grandioso santuário ecológico. Rios, flora, fauna, dunas de areias alvas, banhos em lagoas e de mar são alguns atrativos que o lugar oferece. Localizado a nordeste do Estado, na divisa com o Piauí. Envolve a região sob influência do Delta do Rio Parnaíba, que tem setenta por cento da sua área no Maranhão. Tutóia, Paulino Neves e Araioses são os principais municípios. Deste último partem excursões turísticas para o Delta.
O Pólo da Floresta dos Guarás fica na parte amazônica do Maranhão, no litoral ocidental do Estado. Incluído como Pólo ecoturístico por excelência, envolve os municípios de Cedral, Mirinzal, Cururupu, Guimarães e Porto Rico do Maranhão, entre outros. Seu nome deve-se à bela ave de plumagem vermelha, comum na região. O lugar, que conta com incríveis atrativos naturais e culturais, destaca-se como um santuário ecológico, formado por baías e estuários onde os rios deságuam em meio a manguezais. Entre os maiores atrativos turísticos deste Pólo, está a Ilha dos Lençóis, em Cururupu. Outros atrativos: Praias de Caçacueira, São Lucas e Mangunça; Parcel de Manuel Luís, um banco de corais ao alcance apenas de mergulhadores profissionais; estaleiros, onde os mestres constroem embarcações típicas do Maranhão, inteiramente artesanais; pássaros como guarás, garças, colhereiros e marrecos.

[editar] Demografia


Cidades mais populosas do Maranhão

Posição Cidade Microrregião População Posição Cidade Microrregião População
1 São Luís São Luís 997 098 11 Balsas Balsas 83 617
2 Imperatriz Imperatriz 236.691 12 Barra do Corda Alto Mearim 81 329
3 Timon Caxias 150 635 13 Pinheiro Baixada Maranhense 77 182
4 Caxias Caxias 148 072 14 Santa Luzia Pindaré 71 455
5 São José de Ribamar São Luís 139 473 15 Chapadinha Chapadinha 70 537
6 Codó Codó 121 937 16 Buriticupu Pindaré 64 685
7 Paço do Lumiar São Luís 103 958 17 Coroatá Codó 63 081
8 Açailândia Imperatriz 101 130 18 Itapecuru-Mirim Itapecuru Mirim 56 810
9 Bacabal Médio Mearim 98 489 19 Grajaú Alto Mearim e Grajaú 56 633
10 Santa Inês Pindaré 85 701 20 Barreirinhas Lençois Maranhenses 50 354
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[4]
Demografia do Maranhão
Ficha técnica
Área 331.983,293 km²[5]
População 6.118.995 hab. (2008)[5]
Densidade 18,43 hab/km² (2008)[6]
Crescimento demográfico 1,5% ao ano (1991-2006)[6]
População urbana 68,1% (2004)[6]
Domicílios 1.442.500 (2005)[6]
Carência habitacional 570.606 unidades[7]
Acesso à água 61,3% (2005)[6]
Acesso à rede de esgoto 49,5% (2005)[6]
IDH 0,683 (2005)
Número de Municípios 217.[5]
O Maranhão possui 217 municípios distribuídos em uma área de 331.983,293 km²,[5] sendo o oitavo maior estado do Brasil, um pouco menor que a Alemanha. Sua população estimada em 2007 é de 6.118.995 habitantes,[5] sendo o décimo estado mais populoso do país, com população superior à da Jordânia. Cerca de 70% dos maranhenses vivem em áreas urbanas.[6] O Maranhão possui 18,43 habitantes por km², sendo o décimo sexto na lista de estados brasileiros por densidade demográfica.

[editar] Indicadores sociais

O Maranhão é um dos estados mais pobres do Brasil, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,683, comparável ao do Brasil em 1980 e superior apenas ao de Alagoas na lista dos estados brasileiros por IDH. O estado possui a segunda pior expectativa de vida do Brasil, também superior apenas à de Alagoas.
Segundo o livro Honoráveis Bandidos, a família Sarney, através do seu envolvimento na política, fez com que o estado empobrecesse e as pessoas migrassem da região.
Déficit habitacional
De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas em 2007, o Maranhão é o estado com o maior déficit habitacional relativo do país. O Maranhão apresenta um índice de 38,1% (que equivale ao número de imóveis existentes, dividido pelo de moradias necessárias para suprir a demanda da população). Em termos absolutos, o déficit no estado chega a 570.606 unidades, o quinto maior do país. O déficit maranhense representa 7,14% do déficit absoluto total brasileiro, estimado em 7.984.057. A média maranhense é quase três vezes maior do que a nacional, de 14,6%. Para a FGV, as causas do déficit no estado estariam relacionadas à má distribuição de renda, à inadimplência do Estado e Municípios e à política aplicada no setor. O então secretário adjunto da Secretaria de Estado das Cidades, Desenvolvimento Regional Sustentável e Infra-Estrutura (Secid), Heraldo Marinelli, contestou parte dessas causas. Para ele, o déficit "não têm correlação com a falta de políticas ao setor e com a inadimplência de Estado e Municípios" e também influenciaria o "processo histórico de concentração de renda" no estado.[7]
Resultados no ENEM
Ano↓ Português↓ Redação↓
2006[8]
Média
31,35 (24º)
36,90
48,93 (22º)
52,08
2007[9]
Média
45,15 (21º)
51,52
54,84 (16º)
55,99
2008[10]
Média
35,62 (21º)
41,69
57,99 (17º)
59,35
Educação
De acordo com dados divulgados pelo IBGE em 2009, o Maranhão possui o maior número de crianças entre oito e nove anos de idade analfabetas. Quase 40% das crianças do estado nessa faixa etária não sabem ler e escrever, enquanto que a média nacional é de apenas 11,5%. Os dados do IBGE, porém, não oferecem um diagnóstico completo da situação, pois se baseiam somente na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e escrever um bilhete simples.[11][12] Em 2006, os alunos Maranhão obtiveram a quarta pior nota na prova do ENEM de língua portuguesa. Em 2007, obtiveram a sétima pior, que foi mantida na avaliação de 2008. Na redação, os alunos se sairam um pouco melhor, apresentando a sexta pior nota em 2006 e subindo seis posições em 2007.
Mortalidade infantil
O Maranhão apresenta o segundo maior índice de mortalidade infantil do Brasil, inferior apenas ao de Alagoas. De acordo com dados do IBGE, de cada mil nascidos no Maranhão por ano, 39 não sobreviverão ao primeiro ano de vida. Vários fatores contribuem para o alto índice de mortalidade infantil no estado, dentre eles o fato de que metade da população tem acesso à rede de esgoto e quase 40% não tem acesso a água tratada.[6]

[editar] Etnias

O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do país, o que pode ser demonstrado pelo número de 68,8% de pardos auto-declarados ao IBGE, resultado da grande concentração de escravos indígenas e africanos nas lavouras de cana-de-açúcar, arroz e algodão; os grupos indígenas remanescentes e predominantes são dos grupos linguísticos e Tupi. No tronco Macro-Jê destaca-se a família Jê, com povos falantes da língua TimbiraApanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião (Pukobyê), Kokuiregatejê, Timbira do Pindaré e Krejê. No Tronco Tupi a família tupi-guarani, com os povos falantes das línguas Tenetehára: Guajajara, TembéUrubu-Kaapor, além dos Awá-Guajá e e um pequeno grupo Guaranis, concentrados principalmente na pré-Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do Corda e Grajaú. (Mehim), Kanela ( e
Raça Porcentagem
Branca 24,9%
Negra 5,5%
Parda 68,8%%
Indígena 0,7%
Fonte: PNAD[13]
Houve forte tráfico negreiro entre os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da Costa da Mina e da Guiné, mas precisamente do Benin, antigo Daomé, Ghana e Togo, mas também em levas não menos importantes de africanos do Congo, Cabinda e Angola. Muitas das tradições maranhenses tem a forte marca das culturas africanas: culinária (Arroz de Cuxá), religião (Tambor de Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e Tambor de Crioula) e músicas (Reggae). Atualmente, o Maranhão conta muitas comunidades quilombolas em toda região da Baixada, rio Itapecuru e Mearim.
A população branca, 24,9% é quase exclusivamente composta de descendentes de portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para a região. Ainda no início do século XX a maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores e da região de Trás-os-Montes. Também no século XX vieram contingentes significativos de sírios e libaneses, refugiados do desmonte do Império Otomano e que hoje têm grande e tradicional presença no estado. A proximidade com a cultura portuguesa e o isolamento do estado até a metade do século XX gerou aqui um sotaque próprio e ainda bastante similar ao português falado em Portugal, praticando os maranhenses uma conjugação verbal e pronominal vizinha àquela lusitana.

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