quinta-feira, 25 de novembro de 2010

GRANDES CANÍDEOS ( O Cão/Cachorro ) "Parte 8"

Cão e gato

Faz parte do imaginário humano a premissa de que o cão e o gato são inimigos naturais, bem como o felino é do rato. Frases do tipo "parecem cão e gato" reforçam a ideia de que os dois não se toleram. É sabido que estes mamíferos, apesar de domesticados e sob o apreço do homem, possuem hábitos totalmente diferentes, o que não é sinônimo de inimizade. O cão, mais sociável que o gato, devido a sua relação de dependência, pode sim viver com um gato sob o mesmo teto.[158]
Essa afirmação popular pode ter surgido por disputas territoriais ocorridas diante dos olhos das pessoas. Quando um outro animal é introduzido no ambiente, o cão sente-se o protegendo do invasor. Isso pode acontecer com qualquer bicho, mas tornou-se mais comum entre cães e gatos por ambos serem espécies domesticadas e do agrado do ser humano. O cão vê o novo morador como ameaça, rosna para ele e o gato responde igualmente com o seu tipo de rosnado, o que significa uma agressão para o canídeo, que começa a persegui-lo. Rápido, o felino é um estímulo ao instinto caçador do cão, que não para de correr atrás. Ao que o gato cessa a correria, o cão desiste, pois a diversão acabou.[159] Essas perseguições renderam filmes e personagens animados, como o buldogue Spike, o cão que persegue o gato Tom,[160] e o longa Como cães e gatos, que mostram estes mamíferos como inimigos e provocadores mútuos.[161] Na outra ponta, quando estes casos ocorrem entre dois caninos, o ser humano vê apenas como ciúme e não os iguala.[162]

[editar] Na mitologia e na religião

Cérbero, o cão de três cabeças, é a besta mitológica mais conhecida do ocidente.
O cão, na religião católica, figurou na cena do nascimento de Jesus, ao lado dos pastores.
Argos, o fiel cão de Odisseu da Odisséia.
Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura como fera e como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana, é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos. Apesar da conhecida lenda, sua morfologia no entanto, sofre com discrepâncias quanto ao número de cabeças, ainda que a versão mais aceita seja com três. Sua cauda também é atribuída de várias formas, como de escorpião, de cão ou de cabeça de serpente.[163]
Outro conhecido cão mitológico da Grécia, é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso para que os invasores de sua casa não percebessem que Odisseu estava disfarçado e pronto para prendê-los.[164] Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o canino também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn;[165] e egípcia, com Anúbis.
No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de canídeo.[165] Os cinocéfalos chegaram à Idade Média, sendo populares as lendas como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.[166]
Nas religiões o cão também possui o seu papel. Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido a palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção. No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados, mas agora apenas quando vadios e disseminadores de doenças, já que possuem utilidade ao ser humano quando em atividades como pastoreio, caça e guarda.[167]

[editar] Na ficção

A cadela fictícia Lassie, um cão da raça collie, foi protagonista de filme e seriado de televisão homônimos.
A ficção produziu inúmeros cães, que aparecem da literatura ao cinema, seja em filmes ou desenhos animados, passando pela banda desenhada. Entre os mais famosos é possível citar alguns que marcaram gerações, seja apenas em países ou pelo mundo.
Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Além, viraram jogos de videogame, pelúcias, roupas e acessórios. Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o destacou pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Óscar de melhor curta-metragem de animação. Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado deu-se em 1932.[168] Destacado também pela Disney foi Banzé, o filhote de A Dama e o Vagabundo, filme também destacado pelo estúdio e por apresentar o romance entre dois caninos de mundo tão distintos, exibido no ano de 1955.[169]
A Baleia de Vidas SecasAldemir Martins. ilustrada por
Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dinamarquês criado no ano de 1969Iwao Takamoto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desenhadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.[170][171] Especificamente nos quadrinhos, Bidu,[172] cão azul da raça schnauzer criado pelo brasileiro Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também destacaram-se como seres fictícios.[169] por
Já no cinema e na literatura, destacam-se o cachorro Quincas Borba do dono filósofo homônimo no romance Quincas Borba (1891) escrito por Machado de Assis,[173] e o paradoxal nome de Baleia, cadela raquítica de Vidas SecasGraciliano Ramos, onde, numa terra de seca, ela humaniza-se com fantasias de um mundo cheio de preás gordos, enquanto os personagens sertanejos animalizam-se e a matam.[174] Destaca-se também Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor;[175] Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade;[176] e Marley, um canino real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito e vivido por John Grogan, para as telas do cimena em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.[177] Existem ainda vários cães que aparecem em diversos filmes, desenhos e tiras de jornais, como o companheiro Odie de Garfield, que fazem parte de famílias, são amigos, falantes ou comunicativos, guerreiros ou trapaceiros, que sempre povoam a imaginação do ser humano.[178] (1938), escrito por

[editar] Notas

  • Nota (a): Em uma publicação pouco notória de 2002, foi resumida uma teoria de que o lobo-cinzento não havia sido o único ancestral do cão, nem de seus cruzamentos com o chacal, mas sim da sua relação com uma variação menor do Canis lupus, extinta há cerca de 100 000 anos, na China.[16]
  • Nota (c): Sinônimos registrados para a espécie em ordem alfabética: aegyptius Linnaeus, 1758, alco C.E.H. Smith, 1839, americanus Gmelin, 1792, anglicus Gmelin, 1792, antarcticus Gmelin, 1792, aprinus Gmelin, 1792, aquaticus Linnaeus, 1758, aquatilis Gmelin, 1792, avicularisborealis C.E.H. Smith, 1839, brevipilis Gmelin, 1792, cursorius Gmelin, 1792, domesticus Linnaeus, 1758, extrarius Gmelin, 1792, ferus C.E.H. Smith, 1839, fricator Gmelin, 1792, fricatrix Linnaeus, 1758, fuillus Gmelin, 1792, gallicus Gmelin, 1792, glaucus C.E.H. Smith, 1839, graius Linnaeus, 1758, grajus Gmelin, 1792, hagenbecki Krumbiegel, 1950, haitensis C.E.H. Smith, 1839, hibernicus Gmelin, 1792, hirsutushybridus Gmelin, 1792, islandicus Gmelin, 1792, italicuslaniarius Gmelin, 1792, leoninus Gmelin, 1792, leporariusmajor Gmelin, 1792, mastinus Linnaeus, 1758, melitacus Gmelin, 1792, melitaeus Linnaeus, 1758, minor Gmelin, 1792, molossus Gmelin, 1792, mustelinus Linnaeus, 1758, obesus Gmelin, 1792, orientalis Gmelin, 1792, pacificus C.E.H. Smith, 1839, plancus Gmelin, 1792, pomeranus Gmelin, 1792, sagaces C.E.H. Smith, 1839, sanguinariussagax Linnaeus, 1758, scoticus Gmelin, 1792, sibiricus Gmelin, 1792, suillus C.E.H. Smith, 1839, terraenovae C.E.H. Smith, 1839, terrarius C.E.H. Smith, 1839, turcicus Gmelin, 1792, urcanivariegatus Gmelin, 1792, venaticus Gmelin, 1792, e vertegus Gmelin, 1792.[44] Gmelin, 1792, Gmelin, 1792, Gmelin, 1792, C.E.H. Smith, 1839, C.E.H. Smith, 1839, C.E.H. Smith, 1839,
  • Nota (d): segundo afirmação do veterinário Aldo Macellaro Junior, o adestramento é parte importante do convívio equilibrado, o que contradiz, em parte, o veterinário e criador Bruce Fogle, em seu livro Cães. Para Aldo, o adestramento ajuda na relação entre o cão e o dono.[179] Esta posição restringe as afirmações de Fogle, que em sua publicação diz que "adestrar um cão é vital, pois um destreinado será uma fonte de preocupação e cabe a você ensina-lo a obedecer". Além, enfatiza que em seus 35 anos de experiência, viu relacionamentos falidos ou em decadência devido ao desconhecimento dos donos sobre o adestramento adequado, que se trata, inicialmente, de obediência básica.[114]
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  •  FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

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